Grupos 9
O grupo foi conduzido por vários corredores brancos. Corredores com um tecto estrategicamente preto para que a luz dos focos se tornasse ainda mais contrastante, quase ao ponto de Tecas se sentir mal. Ele não conseguia evitar, a ausência de cor trazia-lhe algum mal-estar. O grupo seguia a figura feminina, passando por várias portas sem qualquer tipo de identificação e por dispensadores de água que de vez em quando emitiam um “Belerum... beleroup”. As pessoas que trabalhassem naquele local deveriam ter uma formação inicial de meses só para decorar o mapa do local. Isso e muita sede. Nenhuma das portas se abriu. Continuaram a andar e o silêncio ambiente só era interrompido pelo ocasional ruído de bolhas de ar. Nenhum fora capaz de falar nos entretantos. Finalmente parecia terem chegado ao destino. A figura feminina estancou o seu movimento e com um gesto que poderia ser entendido como sensual em qualquer outra situação, acenou a uma das portas que gentilmente fez aquilo para que tinha sido idealizada.
- Entrem por favor. - e eles entraram.
Entraram para o que poderia ser uma sala de reuniões de qualquer empresa. Mas sem quadros de qualquer tipo nas paredes. No centro da sala uma mesa de mogno, com pernas de metal cromado, rodeada por quatro cadeiras de pele negra igualmente cromadas. Em cima da mesa uma coisa redonda. Nesta altura eu gostava de poder descrever melhor o que se encontrava em cima da mesa, mas acreditem, era apenas uma coisa. E era redonda.
- Obrigado pela cooperação. Aguardem só mais um minuto. Adeus. - Despediu-se a figura feminina. Despediu-se e nunca mais foi vista por qualquer um dos elementos ao longo da sua vida. Assim sendo passo a descrevê-la para que conste. Era um hominídeo com 1 metro e 75 centímetros de altura, O seu cabelo era louro e os seus olhos azuis. Os seus traços eram perfeitos e o seu corpo escultural. Vestia um fato de pele branco, justo ao corpo o que fazia com que as curvas da sua morfologia saltassem à vista. Apesar de ninguém querer saber, o seu nome era Stancia. Ah, é verdade, o seu sorriso deslumbrava pela meiguice que emitia. Era radiante como três sois e poderoso o suficiente para retirar qualquer pensamento pecaminoso da mente de cada um de vós. Arrancá-lo com alicates e tenazes. Um sorriso longe de sexual mas tão perto do carinho.
Para que conste também, Rudolfo cruzou-se com ela dez anos mais tarde na Rua Augusta, mas não a viu. Na altura estava a esforçar-se para não abalroar outros transeuntes.
2 comentários:
Eu diria mais: pecaminhoso, que vem de "pecado" + "manhoso"... ;)
o Rudolfo ficou pitosga ou quê?
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