06 abril 2006

Grupos (9 - cont...)

O grupo foi conduzido por vários corredores brancos. Brancos com luz branca, quase ao ponto de Tecas se sentir mal. A ausência de cor trazia-lhe algum mal-estar. O grupo seguia a figura femenina, passaram por várias portas sem qualquer tipo de identificação. Qualquer pessoa que trabalhasse naquele local deveria ter uma formação de meses só para decorar o mapa. Nenhuma das portas se abriu. Continuaram a andar e o silêncio ambiente acompanhava-os. Nenhum fora capaz de falar nos entretrantos. Finalmente parecia terem chegado ao destino. A figura feminina estancou o seu movimento e com um gesto que poderia ser entendido como sensual em qualquer outra situação, acenou a uma das portas que gentilmente fez aquilo para que tinha sido conceptualizada.
- Entrem por favor. - e eles entraram.
Entraram para o que poderia ser uma sala de reuniões de qualquer empresa. Mas sem quadros de qualquer tipo nas paredes. No centro da sala uma mesa de mogno, com pernas de metal cromado, rodeada por quatro cadeiras de pele negra igualmente cromadas. Em cima da mesa uma coisa redonda. Nesta altura eu gostava de poder descrever melhor o que se encontrava em cima da mesa, mas acreditem, era apenas uma coisa. E era redonda.
- Obrigado pela cooperação. Aguardem só mais um minuto. Adeus. - Despediu-se a figura feminina. Despediu-se e nunca mais foi vista por qualquer um dos elementos ao longo da sua vida. Assim sendo passo a descrevê-la para que conste. Era um hominídeo com 1 metro e 75 cêntimetros de altura, O seu cabelo era louro e os seus olhos azuis. Os seus traços eram perfeitos e o seu corpo escultural. Vestia um fato de pele branco, justo ao corpo o que fazia com que as curvas da sua morfologia saltassem à vista. Apesar de ninguém querer saber, o seu nome era Stancia. Ah, é verdade, o seu sorriso deslumbrava pela meiguice que emitia. Era radiante como três sois e poderoso o suficiente para retirar qualquer pensamento pecaminoso da mente de cada um de vós. Arrancá-lo com alicates e tenazes. Um sorriso longe de sexual mas tão perto do carinho.
Para que conste também, Rudolfo cruzou-se com ela dez anos mais tarde na Rua Augusta, mas não a viu. Na altura estava a esforçar-se para não abalroar ninguém.

2 comentários:

JAP disse...

Maauuuuu! Então se nenhum deles a viu e depois já dizes que o Rudolfo cruzou-se com ela...Se era assim tão XANANNN certamente que o gajo a via! E já te disse para não falares assim da minha prima.

NAM disse...

Cruzou-se mas não a viu... pensei que estivesse claro. Além disso sobre ser xanannn e o gajo não a ter visto... digamos que ele tem problemas.